É engraçado estar a escrever…
A minha colega e amiga APR, um dia chegou ao emprego e disse-me “Vou criar-te um Blog por isso podes já começar a escrever...”
Andei dias e dias a achar que nunca o iria fazer porque não estava para aí virada, não tinha assunto e não sentia necessidade de o fazer.
Tudo começou na quarta-feira quando me telefonou uma pintora amiga, para me dizer que chegava a Portugal no Sábado, só cá estaria uns dias, mas sentia que tinha de estar comigo. Durante a nossa conversa ao telefone (diz ela) disse-lhe algo que a fez parar e reconhecer que estava a caminhar no sentido errado.
Eu e o meu marido fomos buscá-la para almoçar no Domingo.
Durante o almoço ela disse-nos que desde a conversa que teve ao telefone comigo, o problema que tinha nos olhos estava a desaparecer e sentia que a cura estava a acontecer.
Pensei logo que a única coisa que eu tinha feito foi ser um canal para que a Divindade falasse através de mim dizendo o seguinte: “AC, alguma vez Deus a abandonou? Então onde está a sua Fé? Porque deixou de acreditar? Pare um bocado e olhe para dentro de si para ver onde está a criar bloqueios.”
Quando nos despedimos ela ofereceu-me alguns livros que por acaso eu não tinha nenhum. Olhei para os livros, folheei todos e coloquei um por cima de todos os outros.
Esse livro tem como título “Descubra a Sua Criança Interior”.
Ontem comecei e hoje terminei de o ler. Ao acabar sorri e pensei “Ela ofereceu-me um livro que se tivesse parado para ver o que me estava a dar, perceberia que também ela o deveria
re-ler.
Mas como eu acredito que Nada Acontece Por Acaso, o livro veio parar-me às mãos por algum motivo. E esse motivo é ajudar-me primeiro a mim para conseguir ajudar os outros.
Quando se faz o Caminho de Santiago, chegamos à Catedral, descemos as escadas de pedra estreitíssimas, onde mal cabe uma pessoa, quase sem luz nenhuma, chega-se a uma rocha onde está uma inscrição que diz o seguinte:
“Peregrino, aquilo que procuras por esse mundo, está dentro de ti.”
Já fiz o Caminho de Santiago há mais de dois anos e esqueci-me desta inscrição tão importante. Foi preciso este livro vir parar-me às mãos para o
re-lembrar.
Neste momento já sei sobre o que vou escrever no Blog que a APR me criou e não me vou
pre-ocupar sobre este assunto.
Se este Blog tiver pernas para andar, tenho a certeza que me vou curar e também ajudar muitas pessoas a curarem a relação com a Criança Interior de cada um.
No que me diz respeito sei que já comecei a fazê-lo porque hoje mesmo fui à procura de fotos da minha infância para descobrir onde foi e porque razão me desliguei da Minha Criança Interior.
Curar a nossa criança, é um processo que requer muito amor e compromisso connosco, mas que nos traz imensas recompensas.
O reencontro com o nosso verdadeiro EU, o reencontro de uma nova energia de amor profundo que nos faz sentir inteiros e completos, a libertação de padrões negativos e a cura de relações sejam elas familiares, de amizade ou de amores passados, são algumas das recompensas.
Como espero que este Blog sirva para todos conseguirmos de novo uma ligação forte com a nossa Criança Interior, vou começar por deixar aqui alguns princípios básicos para caminharmos sempre pelo lado positivo da Vida.
Quando nos esquecemos da capacidade que todos possuímos de nos
re-criarmos com todo o amor, deixamos que a vida nos escorra como areia por entre os dedos e nem reparamos que colocamos nas nossas costas o “saco-invisível-das-nossas-negatividades” (como escreveu Vera Faria) e passamos a viver em desarmonia, cheios de medos, dúvidas, culpas, etc...
Amar o nosso Ser obriga-nos a dedicarmos tempo, carinho e atenção, DIARIAMENTE, a nós mesmos.
Enquanto pensarmos que tudo o resto é mais importante do que o nosso Ser, e acharmos que não temos tempo para cuidar de nós, não vamos conseguir mudar nada na relação com a nossa Criança Interior.
A nossa Criança Interior revela-se no silêncio do nosso coração, por isso vamos parar todos os dias 20 minutos e se não formos capazes de meditar, vamos pelo menos ficar em silêncio, apenas seguindo a nossa respiração, sem ficarmos presos aos pensamentos. Mesmo que no início sejamos assaltados por pensamentos que não conseguimos controlar, com o tempo acabamos por ter a capacidade de os deixar vir e ir sem nos prendermos a eles.
Vamos também comprometermo-nos a fazer algo que nos dê prazer, que nos dê energia e que permita que a nossa Criança Interior brinque connosco.
Também uma vez por dia, pode ser a seguir ao almoço, vamo-nos sentar num canto qualquer, tirar do bolso, da carteira, da gaveta, o nosso bosque privado, vamos respirar os seus odores, as suas cores, os seus sons (sejam eles de pássaros, água, vento...). Mentalmente tiramos os sapatos, as meias e sentimos a terra nos nossos pés. Sentimos a energia que sai da terra começar a penetrar na sola dos nossos pés, subindo pelas pernas e invadindo todo o nosso corpo, deixando uma sensação de paz e serenidade revigorante.
Guardamos de novo o nosso bosque particular até ao encontro do dia seguinte.
E eu vou ficar por aqui e aguardar o nosso próximo encontro.
Namastê
(que o meu Deus cumprimente o teu Deus, que o meu EU Interior cumprimente o teu Eu Interior, que a minha Criança Interior cumprimente a tua Criança Interior)
Sandra