25.3.08

"Gritos Mudos..."


“Minha garganta estranha quando não te vejo
Me vem um desejo, doido de gritar
Minha garganta arranha a tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar

Venho madrugada perturbar teu sono
Como um cão sem dono, me ponho a ladrar
Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso
Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar...”
Ana Carolina (Perfil)



Por vezes sinto essa vontade louca de gritar, principalmente quando me sinto injustiçada.
Então quando me dizem que não adianta dizer mais nada porque...
Não faço nem digo mais nada, mesmo, porque... confio no Universo e ele fará com que entre um pouco mais de entendimento na cabeça das pessoas. Ou não.
Mas aqui há uns tempos atrás ensinaram-me que a vítima é criada na nossa cabeça e por nós. Somos nós que nos permitimos ser vítimas de alguém ou de alguma coisa...
Como decidi que nunca (esta palavra é um bocado forte, mas siga...) mais seria vítima de nada nem de ninguém com o meu consentimento,
Ocupo a minha cabeça...
Faço entre outras coisas, Yoga, Meditação...
Viajo para BEM longe,
Para BEM dentro de mim...
E
É lá que encontro a Paz, a Harmonia, o Silêncio e o meu Crescimento Interior.



“... Sei que não sou santa, às vezes vou na cara dura
Ás vezes ajo com candura pra te conquistar
Mas não sou beata, me criei na rua
E não mudo minha postura só pra te agradar...”
Ana Carolina (Perfil)




Beijos de LUZ
Namastê
Sandra

4.3.08

E se eu morresse hoje?




Quando a Morte surge em meia dúzia de dias 2 vezes por perto de nós, acabamos por interiorizar e pensar nela.
Na sexta-feira faleceu uma pessoa que aqui há uns dois anos eu o recebi no meu “espaço” porque estava cheio de dores nas costas.
Atleta de triatlo, pessoa super bem disposta e alegre.
Quando o tratei senti que algo não estava bem, disse que devia continuar com os tratamentos, mas ao mesmo tempo deveria fazer exames de diagnóstico. Mas como ele era uma pessoa que andava sempre a viajar não tinha tempo para nada.
Passado algum tempo soube que lhe tinha sido diagnosticado uma doença grave e na sexta-feira passada, faleceu.
Hoje chego ao emprego e recebo a notícia que faleceu a mãe de uma colega.
Durante o fim de semana estive num retiro e falámos um bocado sobre a morte e a forma como as pessoas vêem a morte.
E eis senão quando de repente me apetece escrever sobre a minha morte (não sei bem porque razão, mas apetece-me).
Então, esta é a forma como eu encaro a minha morte.
Não me apetecia morrer já, porque sinto, quero, preciso, de realizar muita coisa que tenho a certeza que cá vim fazer, mas se por acaso acontecesse a minha morte agora, há muita coisa que eu queria e outras tantas que não queria.
Primeiro queria que as pessoas que me acompanhassem (se quisessem) até ao forno crematório (sim, porque eu quero ser cremada) fossem sempre a sorrir, para que o meu afastamento do corpo físico fosse suave e sem sofrimento. Eu acredito que quando fica cá muita gente aos “berros” acaba por dificultar a partida da Alma que se está a elevar.
Depois porque queria que todos soubessem que enquanto eu cá estive, vivi tudo na minha vida, intensamente.
Tive momentos bons, momentos menos bons, momentos especiais, momentos únicos, momentos divinos, momentos de raiva, momentos de desespero, momentos de amor suave, momentos de amor intenso, momentos de paixão... Tive e vivi intensamente todos os momentos da minha vida.
Disse sempre a todos o que eu sentia de bom por eles, porque de mau, acho que não valia a pena.
Fiz muita coisa que não devia, possivelmente magoei algumas pessoas sem intenção e sem saber que o tinha feito.
Penso que todos nós fazemos ou dizemos coisas que a seguir nos causam arrependimento.
Alguma coisa que eu tenha feito ou dito a alguém que não devesse ter feito ou dito, alguma dor que eu tenha causado, sei lá, algo de errado, aqui fica o meu mais sincero pedido de PERDÃO.
E quero lembrar-me sempre de que a vida não é medida pelo número de vezes que respiro, mas sim pelos momentos em que perco o fôlego:
de tanto rir
de surpresa
de êxtase
de felicidade
de tanto AMAR
de tanto TUDO...

Mas já que ainda cá estou, pelo menos agora, quero que me dêem a hipótese de COMEÇAR DE NOVO.


Até à próxima.
Namastê
Sandra