26.4.06

Somos diferentes

“Um sujeito estava a colocar flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês a colocar um prato de arroz na lápide ao lado.
* Vira–se para o chinês e pergunta:
– Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
* E o chinês responde:
- Sim, quando o seu vier cheirar as flores!!!”


Quando recebi este provérbio Chinês (enviado pela minha amiga EdM), senti que tudo o que nele está contido, é realmente aquilo que eu sinto... O Direito à diferença, o respeito que devemos ter pela diferença entre cada Ser Humano.
Muitas vezes senti e continuo a sentir que sou diferente.
No princípio de tudo não me sentia muito confortável por sentir que era diferente e que existiam pessoas que notavam essa diferença.
Por estranho que possa parecer, essas diferenças que sentimos e que os outros notam, ficam registadas no nosso corpo Emocional.
Tudo o que mexe com os nossos sentimentos, com o nosso sentir emocional, fica registado.
Vou tentar ser mais explícita dando o meu exemplo prático.
Durante muitos anos da minha infância, eu senti que era diferente... sabia que em qualquer altura se eu desejasse algo, bastava-me pensar forte e eu conseguia; antes do meu pai chegar a casa eu informava a minha mãe que ele chegaria dentro de “x” tempo; se o meu avô pensasse em mim, de imediato eu entrava em contacto e ele queria mesmo falar comigo; se não queria ter uma aula mentalmente afastava a professora, etc, etc.
Estas entre muitas outras situações.
Rapidamente veio a ligação “Sandra = bruxa”... não tão claro, mais subtil, mas o suficiente para eu perceber.
A minha timidez foi crescendo conforme eu avancei na idade, logo, a defesa que criei foi uma barreira de frieza em que não deixava ninguém aproximar-se assim que me conheciam.
De bruxa, passei a antipática, de antipática a fria, de fria a brusca, etc...
Fui na realidade criando barreiras à minha volta, onde apenas alguns conseguiam penetrar. Quantos de vós já fizeram o mesmo, se calhar sem se aperceberem? Que tal pensares nisso APR? Por vezes, só tomamos consciência de como nos mostramos aos outros quando alguém (nosso amigo) tem a coragem de nos dizer isso na cara.
Quando fiz o meu retiro de Cura Emocional, pediram-me que levasse uma fantasia e uma música e que ambas me dissessem algo de muito forte.
Adivinhem o que eu levei? Um fato completo de Bruxa e a música “Feiticeira” do Luis Represas.
Quando tive que me apresentar perante uma data de pessoas e ir buscar ao fundo do meu ser o porquê da minha escolha, as minhas emoções vieram todas cá para fora.
Foi duro, mas limpei muita mágoa. Foi uma Cura Emocional muito forte aquela que eu fiz.
Tentem escolher uma Fantasia que vos diga algo muito forte, do género “O meu EU gostava de se Fantasiar de... e a esta fantasia EU ligo esta música”.
Se o fizerem irão tomar consciência de que são mesmo diferentes.
E cuidado porque “diferente” não significa, Incapaz ou Inferior.
Mas para que nada interfira com o nosso sentir, temos que saber que somos tão capazes como qualquer outra pessoa. Apenas temos o nosso próprio modo de sentir e agir.
É preciso que façamos sempre tudo em função do nosso coração e não de acordo com o que aquele Juíz (Mental) nos diz para fazermos.
Quando agimos ao contrário daquilo que o nosso coração nos diz, o normal é sentirmos um aperto no peito e esse aperto significa que sufocámos os nossos sentimentos.
O importante é sermos nós próprios e não aqueles seres que a sociedade impõe que sejamos. Não tentemos ser “Boazinhas” (Bonzinhos) para não termos que buscar uma compensação para o facto de o não sermos. Não finjamos ter virtudes que não possuímos. Cada um tem as virtudes que tem e por isso nunca deveremos fazer comparações. Quando não somos verdadeiros, a insatisfação aparece. Digamos apenas SIM àquilo que SENTIMOS que realmente queremos nesta Vida.

“TEMOS MEDO DE SER DIFERENTES, O QUE TEMEMOS JÁ ESTÁ A ACONTECER: SOMOS DIFERENTES!
Nós podemos mudar a nossa vida, está nas nossas mãos criar e modificar o próprio destino.
O poder é só NOSSO”
(Zibia Gasparetto).


Até à próxima.
Namastê
Sandra

20.4.06

Corpos I


A ausência foi longa...
Tive a satisfação de ter “alguém” a ansiar por mais um texto meu... Obrigada EdM.
Quem de nós utilizou um pouquinho do seu precioso tempo a olhar para dentro de si? Quem de nós conseguiu parar todos os dias um bocadinho para fazer fluir as energias do Universo para dentro de si?
Espero que todos tenham feito o que eu consegui fazer: arranjar tempo para tratar da minha criança interior o que significa dedicar-me tempo.
A grande maioria das pessoas pre-ocupam-se em tratar do seu corpo físico e esquecem-se completamente de cuidar e dedicar tempo e atenção aos seus outros três corpos.
São eles o corpo Emocional, o Mental e o Espiritual.
O corpo Físico é importante sim, pois é ele que carrega com os outros, mas se um dos outros adoecer irá reflectir-se no físico.
Vou dedicar um pouquinho de tempo a falar sobre cada um deles.
O corpo Físico todos nós sabemos como tratá-lo.
Penso eu que todos sabemos. Mas os que não sabem, normalmente procuram a ajuda de especialistas.
É importante sabermos usar o nosso corpo Físico sem abusar...
É o uso que dá vida ao corpo.
Não há vida em seja o que for sem o espírito, espírito é energia e energia é Deus e Deus é luz e.... o que cada um quiser.
Através do não uso, ou do uso incorrecto, o corpo começa a morrer. Para manter o corpo vivo o espírito deve usar o corpo correctamente. A falta de fluxo de energia é uma das causas do envelhecimento e da morte do corpo. Usar não significa abusar, abusar é tão mortal como não usar. A maior parte das pessoas abusa do seu corpo até aos 30/40 anos de vida e a partir daí faz a transição para não usar.

Vícios, são outros assassinos do corpo. O problema com os vícios é que as pessoas tornam-se dependentes das coisas que envenenam o corpo. O veneno é o que torna a substância viciante, viciante. A maior parte das substâncias e energias viciantes danificam o corpo e a mente.
Mas não são apenas as drogas, o álcool, etc, que são viciantes. Existem energias que também são viciantes e logo prejudicam a saúde Física. O amor humano é um dos vícios mais mortíferos. Perde–se uma quantidade maior de energia de força de vida entre os amantes do que em qualquer outra situação.
A maior parte dos seres humanos usam muito da sua energia para controlar o seu parceiro, possuir o corpo do outro, fazer valer a sua razão e muitos outros tantos disparates que se nós pararmos para analisar, não repetimos a situação. Todo este uso e abuso de energias mal direccionadas conduzem a bloqueios e de seguida os bloqueios geram sintomas e os sintomas transformam-se em doença Física.
Os quatro corpos estão interligados e por isso devemos dispensar tempo não só para cuidar do Físico, mas também do Emocional, Mental e Espiritual.

Até à próxima.
Namastê
Sandra

5.4.06

Criança Interior

É engraçado estar a escrever…
A minha colega e amiga APR, um dia chegou ao emprego e disse-me “Vou criar-te um Blog por isso podes já começar a escrever...”
Andei dias e dias a achar que nunca o iria fazer porque não estava para aí virada, não tinha assunto e não sentia necessidade de o fazer.
Tudo começou na quarta-feira quando me telefonou uma pintora amiga, para me dizer que chegava a Portugal no Sábado, só cá estaria uns dias, mas sentia que tinha de estar comigo. Durante a nossa conversa ao telefone (diz ela) disse-lhe algo que a fez parar e reconhecer que estava a caminhar no sentido errado.
Eu e o meu marido fomos buscá-la para almoçar no Domingo.
Durante o almoço ela disse-nos que desde a conversa que teve ao telefone comigo, o problema que tinha nos olhos estava a desaparecer e sentia que a cura estava a acontecer.
Pensei logo que a única coisa que eu tinha feito foi ser um canal para que a Divindade falasse através de mim dizendo o seguinte: “AC, alguma vez Deus a abandonou? Então onde está a sua Fé? Porque deixou de acreditar? Pare um bocado e olhe para dentro de si para ver onde está a criar bloqueios.”

Quando nos despedimos ela ofereceu-me alguns livros que por acaso eu não tinha nenhum. Olhei para os livros, folheei todos e coloquei um por cima de todos os outros.
Esse livro tem como título “Descubra a Sua Criança Interior”.
Ontem comecei e hoje terminei de o ler. Ao acabar sorri e pensei “Ela ofereceu-me um livro que se tivesse parado para ver o que me estava a dar, perceberia que também ela o deveria re-ler.
Mas como eu acredito que Nada Acontece Por Acaso, o livro veio parar-me às mãos por algum motivo. E esse motivo é ajudar-me primeiro a mim para conseguir ajudar os outros.

Quando se faz o Caminho de Santiago, chegamos à Catedral, descemos as escadas de pedra estreitíssimas, onde mal cabe uma pessoa, quase sem luz nenhuma, chega-se a uma rocha onde está uma inscrição que diz o seguinte:

“Peregrino, aquilo que procuras por esse mundo, está dentro de ti.”

Já fiz o Caminho de Santiago há mais de dois anos e esqueci-me desta inscrição tão importante. Foi preciso este livro vir parar-me às mãos para o re-lembrar.
Neste momento já sei sobre o que vou escrever no Blog que a APR me criou e não me vou pre-ocupar sobre este assunto.
Se este Blog tiver pernas para andar, tenho a certeza que me vou curar e também ajudar muitas pessoas a curarem a relação com a Criança Interior de cada um.

No que me diz respeito sei que já comecei a fazê-lo porque hoje mesmo fui à procura de fotos da minha infância para descobrir onde foi e porque razão me desliguei da Minha Criança Interior.

Curar a nossa criança, é um processo que requer muito amor e compromisso connosco, mas que nos traz imensas recompensas.
O reencontro com o nosso verdadeiro EU, o reencontro de uma nova energia de amor profundo que nos faz sentir inteiros e completos, a libertação de padrões negativos e a cura de relações sejam elas familiares, de amizade ou de amores passados, são algumas das recompensas.

Como espero que este Blog sirva para todos conseguirmos de novo uma ligação forte com a nossa Criança Interior, vou começar por deixar aqui alguns princípios básicos para caminharmos sempre pelo lado positivo da Vida.

Quando nos esquecemos da capacidade que todos possuímos de nos re-criarmos com todo o amor, deixamos que a vida nos escorra como areia por entre os dedos e nem reparamos que colocamos nas nossas costas o “saco-invisível-das-nossas-negatividades” (como escreveu Vera Faria) e passamos a viver em desarmonia, cheios de medos, dúvidas, culpas, etc...

Amar o nosso Ser obriga-nos a dedicarmos tempo, carinho e atenção, DIARIAMENTE, a nós mesmos.
Enquanto pensarmos que tudo o resto é mais importante do que o nosso Ser, e acharmos que não temos tempo para cuidar de nós, não vamos conseguir mudar nada na relação com a nossa Criança Interior.

A nossa Criança Interior revela-se no silêncio do nosso coração, por isso vamos parar todos os dias 20 minutos e se não formos capazes de meditar, vamos pelo menos ficar em silêncio, apenas seguindo a nossa respiração, sem ficarmos presos aos pensamentos. Mesmo que no início sejamos assaltados por pensamentos que não conseguimos controlar, com o tempo acabamos por ter a capacidade de os deixar vir e ir sem nos prendermos a eles.

Vamos também comprometermo-nos a fazer algo que nos dê prazer, que nos dê energia e que permita que a nossa Criança Interior brinque connosco.
Também uma vez por dia, pode ser a seguir ao almoço, vamo-nos sentar num canto qualquer, tirar do bolso, da carteira, da gaveta, o nosso bosque privado, vamos respirar os seus odores, as suas cores, os seus sons (sejam eles de pássaros, água, vento...). Mentalmente tiramos os sapatos, as meias e sentimos a terra nos nossos pés. Sentimos a energia que sai da terra começar a penetrar na sola dos nossos pés, subindo pelas pernas e invadindo todo o nosso corpo, deixando uma sensação de paz e serenidade revigorante.
Guardamos de novo o nosso bosque particular até ao encontro do dia seguinte.

E eu vou ficar por aqui e aguardar o nosso próximo encontro.
Namastê
(que o meu Deus cumprimente o teu Deus, que o meu EU Interior cumprimente o teu Eu Interior, que a minha Criança Interior cumprimente a tua Criança Interior)
Sandra